Chuvas preocupam comerciantes do centro do Recife
- Otávio Gaudêncio

- 28 de mai.
- 2 min de leitura
Além de diminuir o movimento e a renda, clima instável afeta a locomoção dos vendedores

As chuvas continuam preocupando e impactando a rotina dos recifenses. Nesta semana (19), as chuvas não atingiram o patamar da semana anterior, mas ainda assim afetaram a mobilidade dos cidadãos. Com a diminuição de pessoas circulando pela cidade, um grupo em específico acaba sendo mais prejudicado: os comerciantes de rua. Para esta parcela da população, menos pessoas nas ruas resulta diretamente numa renda menor.
Marcelo Ornilo de Souza, por exemplo, trabalha há 31 anos vendendo frutas no bairro da Boa Vista. Ele conta que, durante o período de chuvas, o ritmo do negócio cai: “Diminui a quantidade de vendas”, lamenta. Segundo Marcelo, devido ao volume de água e ao número de alagamentos, a movimentação dos clientes em um dia despenca cerca de 50%. Entretanto, o comerciante conta com outra estratégia de vendas: ele também realiza entregas para os consumidores. De acordo com o vendedor, as entregas estão suavizando o prejuízo das vendas presenciais “Por isso que ainda está dando pra segurar”, conta.
Por mais que as vendas e a receita sejam as principais estatísticas quando se trata de comércio, elas não são os únicos dados a serem levados em conta pelo vendedor. Livramento de Souza é uma vendedora de lanches e salgados que trabalha em um trailer no bairro da Boa Vista. A exemplo de Livramento, muitos comerciantes não possuem meio de transporte próprio e dependem de outras alternativas para chegar ao seu local de trabalho. A comerciante conta que utiliza carros de aplicativo para chegar ao trailer. Segundo ela, em dias de chuva, o valor das corridas chega a dobrar. Além disso, a vendedora diz que nos dias chuvosos ela leva menos mercadorias, para evitar casos de sobras de produtos, o que lhe daria prejuízo: “Trago pouca mercadoria para a perda não ser maior”, conta.

Outro obstáculo enfrentado pelos comerciantes é a variação do tempo na cidade. Em dias que começam chovendo e a chuva acaba ou vai diminuindo, ou vice-versa, os vendedores não sabem quanta mercadoria será necessária, visto que se chover, o movimento será menor. “Eu saio de casa às três horas da manhã. Às vezes, o tempo está bom e quando chego aqui ‘tome chuva”, relata Marcelo.








Comentários