Alta do café impacta comércio do centro do Recife
- Otávio Gaudêncio

- 5 de abr.
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Estabelecimentos enfrentam dificuldades ao repassar valores aos seus clientes

No último ano, o café disparou de preço e subiu cerca de 46% nas prateleiras. Apenas entre dezembro de 2024 e janeiro deste ano, o insumo aumentou 7,07% na média nacional, de acordo com o IPCA-15, indicador medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nesse cenário de alta, o comércio local se vê diante de uma difícil missão: como continuar lucrando com produtos que têm o café como base sem repassar esse aumento ao consumidor?
Arthur Cavalcanti, proprietário da cafeteria Aurora Café, localizada no térreo do Paço do Frevo, no Bairro do Recife, relata o impacto nos negócios. “A gente não consegue repassar o aumento”, diz. Segundo ele, as bebidas de seu estabelecimento que levam café tiveram reajuste menor que 5%, enquanto os grãos que ele compra subiram entre 45% e 50%. “Tentamos aumentar a margem vendendo outros produtos”.

A professora de economia da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) Ana Cláudia Arruda explica o porquê dessa alta. Segundo ela, o aumento se deve a questões climáticas que incidem sobre os principais produtores de café do mundo. “Essa situação não deve melhorar”, analisa. E ressalta ainda que a alta do dólar influencia diretamente no preço, visto que o café é uma commodity negociada na moeda estadunidense.
A escalada do café é causada também por uma questão de mercado. “O café brasileiro passa a ter muita competitividade internacional”, completa a economista. Diante desse contexto, muitos cafeicultores brasileiros optam por exportar, reduzindo a oferta no mercado interno e pressionando os preços para cima.








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