Reforma da Rua do Lazer deve afetar economia de comerciantes em 2025

Locatários estão receosos com paralisação, uma vez que o auxílio previsto é de R$ 3 mil, mas as obras devem durar cerca de oito meses

“A gente sobrevive daqui”. Com essa frase, a empreendedora Alessandra de Souza que, junto de Roberto Araújo, administram uma lanchonete na Rua do Lazer (a “Beto Burguer”), resume a relação dos comerciantes com o complexo de barracas que corta os blocos A e G da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). A rua passará por uma grande intervenção, a partira de janeiro de 2025, de acordo com a Prefeitura do Recife (PCR), com o objetivo de solucionar os problemas de escoamento de água e revitalizar a área. Para isso, no entanto, todas as barracas que ficam no local (são mais de 30) serão retiradas.

A maior parte dos empreendimentos tem como carro-chefe o comércio de alimentos, como é o caso da lanchonete “Beto Burguer”, que está na rua desde 1991. Os donos do estabelecimento falam que reforma será benéfica quando ficar pronta, no entanto, que isso seria ruim para os negócios enquanto a obra estiver ocorrendo. Afinal, eles vão ficar sem poder trabalhar e recebendo apenas um auxílio de R$ 3 mil da PCR. Diante da situação, a maioria dos trabalhadores se questiona sobre como conseguirão o sustento sem o principal meio de trabalho.

“No início, deram a opção de irmos para o estacionamento do bloco G, mas não temos mais essa alternativa. Eu não sei o que vai acontecer”, disse Mateus Silva, funcionário do Milkshake Twister.  Por ficar ao lado da Unicap, a maior parte da clientela dos locatários são os universitários que, entre os intervalos das aulas, vão nas barracas para comer.

Um deles é Wêdson Batista, estudante de filosofia, que disse que a reforma vai prejudicar os alunos, pois eles dependem da rua para almoçar, lanchar e ter momentos de lazer. De acordo com a Prefeitura, a intervenção deve durar cerca de oito meses e, depois da reforma, os locatários devem voltar a ocupar os seus boxes.