Iniciativa inclusiva de Pernambuco chama atenção no país
- Otávio Gaudêncio
- 16 de jun.
- 2 min de leitura
Atualizado: 18 de jun.
O que começou como uma vocação pessoal se tornou uma luta pela diversidade no esporte

Nas últimas três edições do Recife Bom de Bola, um time vem chamando a atenção dos torcedores e dos responsáveis pelo evento. Este time é o Futsal ONG Caine, o primeiro time de pessoas neurodivergentes de Pernambuco, fundado em 2019 pelo profissional em educação fisica Diogo Arcanjo.
Durante a sua graduação, Diogo se juntou a ONG Caine (Centro de Apoio e Integração de Portadores de Necessidades Especiais). Foi lá que ele percebeu que o debate sobre o autismo ainda não recebia a atenção necessária. “O autismo não alcançava a visibilidade nem o volume de estudos que alcança hoje”, diz. Nesse contexto, ele decidiu juntar seu sonho de ser treinador à luta pela inclusão de pessoas neurodivergentes nos esportes.
No início da equipe eram apenas três alunos, porém conforme os anos passaram, o elenco foi aumentando e se tornando ainda mais inclusivo. “Tendo laudo, você já tá dentro do time... não tem exclusão e, sim, a inclusão”, responde Diogo quando perguntado sobre quais tipos de neurodivergências são aceitas no time.

O treinador ressalta a importância do esporte no desenvolvimento corporal e comportamental dos jogadores. “Existe a melhora na parte cognitiva, no pensamento rápido, na organização. Além disso, tem a parte social e a parte da comunicação”, complementa. Diogo conta que também busca criar um senso de independência nos integrantes da equipe “Peço para eles terem responsabilidade e deixar de ficar tudo com a família”.
O projeto de Diogo evolui cada vez mais. Eles saíram de um pequeno grupo de três meninos para disputar, por três vezes seguidas, o maior campeonato de várzea do mundo. Todo esse esforço e trabalho foi reconhecido no Prêmio Destaque do Ano de 2023, do Conselho Regional de Educação Física (CREF).
Agora, ele se prepara para ir a ExpoTEA, um evento voltado para reunião de pessoas que estejam à frente de projetos que busquem a inclusão de pessoas autistas. Para os que quiserem ajudar o projeto, o Futsal ONG Caine criou uma vaquinha para financiar a ida do treinador e dos atletas ao evento (disponível no link: vaquinha-futsal-ongcaine)
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