Mês do orgulho LGBTQIAPN+ celebra a diversidade
- Sérgio Caneca

- 17 de jul.
- 3 min de leitura
Pessoas compartilham suas vivências, desafios e a importância da representatividade

O Mês do Orgulho LGBTQIAPN+ acontece todos os anos, em junho. Essa época é comemorada no Brasil e em diversas partes do mundo, sendo um momento para lembrar a sociedade sobre a importância da inclusão, da luta por direitos e celebrar a diversidade. A sigla LGBTQIAPN+ representa as pessoas: lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer, intersexo, assexuais, pansexuais, pessoas não-binárias e o símbolo de “+”, que abrange outras identidades de gênero e orientações sexuais.
Descobrir-se como uma pessoa LGBTQIAPN+ nem sempre é um processo fácil. Muitas vezes, há obstáculos como o preconceito familiar, o medo da rejeição social e diversos fatores que dificultam esse caminho. O Mês do Orgulho existe para dar visibilidade a essas vivências, reforçar o direito de existir com liberdade e dignidade, além de inspirar empatia e respeito.

Isabela Távora, estudante de jornalismo na Universidade Catolica de Pernambuco de 21 anos, se identifica como lésbica e relata a importancia que o mês do orgulho traz para a comunidade: “Eu acredito que é um momento para promover o debate, para combater a LGBTQIAPN+fobia, não afastar as pessoas e aproximá-las das discussões sobre inclusão.” Isabela também comenta sobre o preconceito que algumas pessoas ainda têm: “Muitos que não fazem parte da comunidade têm preconceito com algumas coisas ou não veem essas pessoas como seres humanos. Eu acho que o mês do orgulho é para mostrar que nós somos pessoas, nós resistimos e nós vivemos”.

João Pedro, estudante de gastronomia, se identifica como gay. Ele relata que quando se assumiu para a família materna foi tranquilo e foi recebido com muito carinho, especialmente pela mãe. Entretanto, João conta que pelo lado paterno, a aceitação foi diferente: “Quando ele descobriu sobre mim, negou na hora. Mas, depois de muitos dias, criei coragem para conversar novamente com ele. Ele disse que aceitava, mas, na prática, seguimos caminhos separados. Ele vive a vida dele, com a esposa e a filha, e eu vivo a minha”.

O estudante de jornalismo Álex Souza, de 21 anos, se identifica como gay. Ele comenta que o seu processo de descoberta começou ainda quando era adolescente, onde percebeu que tinha gostos diferentes dos amigos, mas por ouvir discursos homofóbicos, colocou na cabeça que aquilo era errado. Alex fala que sua aceitação demorou um pouco: “Não foi logo de cara, eu ainda tentava esconder e negar isso por medo. A aceitação veio bem depois, por volta dos 17 anos, foi quando entendi que eu precisava ter o meu próprio apoio, e que não preciso buscar validação de ninguém para ser quem sou”.
Ele comenta o significado que o Mês do orgulho tem para ele: “É uma forma de mostrar que nós existimos, sim, e que precisamos nos orgulhar por ser quem somos, buscando sempre o nosso espaço no mundo”. Além disso, Alex dá um conselho para as pessoas que ainda têm medo de demonstrar quem são para o mundo: “Por mais difícil que seja, ser quem somos é o nosso maior ato de coragem, e precisamos nos orgulhar disso. Acredito que um ponto importante na comunidade é a união de todos para que juntos possamos fazer a diferença e conquistar nossos direitos”. Esses relatos mostram que, apesar dos avanços, ser uma pessoa LGBTQIAPN+ ainda envolve desafios. O Mês do Orgulho é mais do que uma celebração, é um ato de resistência.








Comentários