Bastidores do São João: a correria das quadrilhas juninas para brilhar nos palcos
- Letícia Cavalcanti

- 17 de jul.
- 2 min de leitura
Mês de junho conta com espetáculos, competições e muita entrega em nome da tradição artística

As quadrilhas juninas estão nos últimos momentos de organização para o início dos espetáculos inter-regionais, após meses de ensaios e preparativos. Essas atividades se intensificam no período que antecede o São João, devido às participações em concursos e apresentações no mês junino.
Os grupos mais renomados que participam dessas manifestações culturais são Bacamarte, Dona Matuta, Lumiar, Origem Nordestina, Portal do Sertão, Raio de Sol, Zabumba, Zé Matuto, União Junina e Traquejo. Todas essas quadrilhas se organizam para competições, que têm disputas por títulos e concursos finais de reconhecimento regional e nacional em várias cidades, além de também realizarem apresentações mais leves, sem concorrência nem adversários.
O diretor executivo da Junina Zabumba, Eduardo Falcão, comenta sobre modos de facilitar a “correria” de cidade em cidade para as concorrências e espetáculos no mês junino: “Antecipamos com quase dois meses datas e locais e deixamos os transportes já contratados, daí fica mais fácil administrar esse corre-corre”.
Apesar do ritmo acelerado, a elaboração da logística dessa manifestação cultural para o São João começa aproximadamente oito meses antes, variando por cada grupo. Durante esse período, as elaborações se intensificam em maio, momento de maior concretização dos trabalhos e danças dos arraiais.

O participante da confecção da Dona Matuta e bailarino desde 2019, Jhonata Viana, comenta sobre como eles se avaliam e continuam com os preparativos, mesmo após a estreia da quadrilha: “A gente vê se todo o trabalho que vem construindo vai funcionar. Se algo não deu certo, a gente vai mudar para quando chegar no concurso”. Ele também fala sobre a importância do espetáculo em si: “A quadrilha é a base da festa, a gente faz festa. Se ganha ou não, a gente faz quadrilha para o povo”.
De igual modo, além das representatividades adquiridas pelas finais em festivais, as equipes juninas se planejam anualmente para escolher e representar temáticas, através de narrativas que contam histórias com os corpos dançantes mesclados com as coreografias. O projetista da Junina Bacamarte, Alex Waldorf, fala sobre o compromisso deste ano com os eventos: “A gente sempre se propõe a fazer um espetáculo melhor do que o ano anterior e queremos transmitir o enredo deste ano e sua importância para as pessoas”.

Apesar da correria, locomoção e treinos, a participação desta festividade é realizada com amor, cultura e tradição. A dançarina da Dona Matuta há 17 anos, Kessia Silva, conta sobre sua relação com esse tipo de manifestação cultural: “Eu faria tudo de novo, a quadrilha me faz esquecer todos os meus problemas. Você dança por amor, porque você gosta da festividade, gosta da cultura, gosta da dança. É assim que eu me sinto”. Dessa forma, as preparações e organizações antecipadas são fundamentais para garantir as apresentações e sentimentos de pertencimento, juntamente com os valores da quadrilha junina entre os participantes dos grupos e o povo.








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