“FREVO VIVO” estreia no Paço do Frevo ressaltando valorização da história

Nova exposição principal do museu engrandece a transformação do ritmo pernambucano

O Paço do Frevo, no Bairro do Recife, inaugurou nesta quinta-feira (29) a nova exposição de longa duração “Frevo Vivo”, que marca os dez anos do reconhecimento do frevo como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco. A mostra propõe uma experiência imersiva e contemporânea, destacando a vitalidade, a diversidade e os processos de transformação constantes desse símbolo da cultura pernambucana.

Diferente das abordagens tradicionais, “Frevo Vivo” apresenta uma conduta plural, dando protagonismo às vozes e histórias antes pouco representadas — mulheres, crianças, população negra e mestres artesãos. Entre os destaques estão a instalação interativa “Cartografia Sonora do Frevo” e a vídeo-instalação “Todo Mundo Freva”, que estimulam o público a vivenciar o ritmo.

  A acessibilidade é central na exposição, com audiodescrição, piso podotátil e vídeos em Libras via QR Codes, garantindo inclusão plena. Mikaella Rodrigues, do Educativo do Paço, ressalta o trabalho coletivo e o compromisso com a diversidade: “O educativo participou de muitos momentos da construção da exposição. A mostra foi pensada visando a acessibilidade, em ser um museu para todos, que comporte a diversidade do público que recebemos”. E também destaca a inovação: “Trazemos atualidade através do recorte de territórios, mostrando que há território do frevo não só no Recife em Olinda, mas no mundo inteiro”.

André, influenciador cultural, destaca o valor da exposição ao unir passado e presente: “Pelo que tenho observado, eles focaram na atualidade, nas pessoas e grupos que estão surgindo, não deixando o antigo de lado. Isso é muito bom, pois o frevo está presente no nosso cotidiano, coisa que no passado só se falava em frevo durante o carnaval”. E destaca a mudança na aceitação: “Sempre escutei frevo o ano todo, eu sofria tanto porque não tinha acesso, se colocasse frevo as pessoas criticavam. E hoje é diferente”.

A abertura conta com apresentações, oficinas e performances que dialogam com questões de gênero, raça e sexualidade no contexto do frevo, reforçando a diversidade presente. A exposição está aberta no Paço do Frevo, na Praça do Arsenal da Marinha, no Bairro do Recife, de terça a sexta (10h às 17h) e sábados e domingos (11h às 18h). Ingressos custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia), com entrada gratuita às terças-feiras. Mais informações em pacodofrevo.org.br.